sexta-feira, 24 de novembro de 2017

HIPÉRBOLE DO PENSAR


Perco-me na vastidão dos pensamentos
Ricos, fracos, rígidos fantasiosos...
Divagando em fugas medrosas
Fugindo de uma realidade grosseira,
Numa carreira desenfreada, 
Sem certeza da partida                             
Sem desejo de chegada.


Busco a terra prometida onde jorra leite e mel.
Será que fica na Terra ou existe um Éden no céu?
Homens se explodem em nome do Criador,
De um Deus insano e cruel.
Que a mente humana criou.

Dois mil anos se passaram da Encarnação.
Rejeitaram o Renovo, que entrelinhas e parábolas,
Ensinou o amor e a grandeza da compaixão:
- “Bem-aventurados os misericordiosos 
Que repartem as vestes e o pão.
- Os pacificadores que dissipam os conflitos.
- Os compassivos que limpam as feridas,
E sussurram consolo as almas aflitas.
Os puros e os mansos de coração,
Porque deles é o Reino dos Céus.
- Refletem na alma a essência de Deus."

Distante as estrelas. Quem as pode tocar?
No meu  reflexivo pensar...
Quão quão múltiplo é o infinito e toda a criação,
Em que esfera Deus se esconde na imensidão?

Três mil anos se passaram...
 Ao retornar da sarça ardente Moisés revelou:
- O reino de Deus não está no firmamento,
Mas dentro  de vós. Basta cumprir os mandamentos.
Onde reside a a força e plenitude do amor.

E o homem, imagem de Deus, criador por excelência
Encurta distâncias, transpõe montanhas,
Domina a terra, céus e mar
Sem entender que o Reino da paz
Está dentro de si mesmo. Na própria existência.

           Rio, 05.03.2010, Jailda Galvão Aires


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