Benditas
mãos que embalam berços
Berços que
guardam anjos que voarão um dia
Voos tão altos
que poucos olharão pra trás
Os filhos não
pertencem aos pais.
São filhos dos
sonhos que cada vida traz.
Se forem almas
agradecidas
Volverão o olhar
e beijarão as faces envelhecidas
Afagarão cabelos
alvos como as neves
Aquecerão mãos
ásperas e frias.
Ajudando a
caminhar
Quem os ensinou
a caminhar um dia.
E no último
gesto, sofrido e breve,
Fecharão os
olhos na última despedida
Mãos preparadas
para servirem à vida.
Benditas as mãos
que faz chorar os filhos
Educando-os com
firmeza e retidão
Para que as
escolhas da vida
Não os faça
chorar arrependidos.
E um dia poderão
dizer agradecidos:
- Pais de amor
eu os amo e os bendigo.
Mãos benditas mãos que sendo sábias
Poderão guiar a
humanidade.
Com amor,
justiça e igualdade,
Cada criança é o
amanhã de um novo mundo.
Sem fome,
guerras... Igualitário. Fecundo.
Benditas as mãos que ao anoitecer
Bendizem ao
Salvador
Olhando o céu e
agradecendo o dia
Que unem as mãos
dos filhos
Num só
estribilho de gratidão e amor
Ensinando que a
vida sem compaixão
É pequena, vazia.
Um viver sem expansão.
Benditas as mãos que ensinam
Que dividir é
multiplicar sementes
Que em solos
férteis frutificarão
Florescendo
desertos
Armazenando celeiros
Que alimentarão
o mundo inteiro.
Benditas
mãos que derrubam fronteiras
Testificando que é de todos a terra
inteira.
Mãos que constroem pontes
Que ligam corações, sentimentos, cidades.
Partículas de Deus servindo a humanidade
Mil vezes benditas mãos afortunadas
Que trazem em suas palmas
vidas abençoadas. Rio, 20/10/2019 Jailda Galvão Aires.