Prega-se a Independência aos quatro cantos
Como um véu de liberdade a estender seu manto
E a liberdade bate as asas o voo alçando.
Liberdade de escrever, calar ou conversar.
Liberdade de sentir, sorrir ou chorar,
Liberdade pra ficar, ou avançar cantando!
Dois séculos celebrando... Ainda me lembro
Saudando a independência de Portugal
Desfila o Brasil, “o Sete de Setembro.”
E a independência da nação como nação?
E a liberdade econômica e social?
Segue escrava de si mesma presa ao arsenal
Nas mãos dos fortes mandatários da ambição.
Enquanto houver no mundo um ser faminto,
Sem lar, sem teto, sem terra e sem trabalho,
Enquanto houver alguém com frio sem agasalho
Uma criança vagueando sem escola
Ao lado da mãe e dos irmãos pedindo esmola,
Um "soldadinho de chumbo" nas mãos do tráfego
Aniquilando à vida neste navio náufrago.
Enquanto a propriedade pertencer a poucos
Donatários cruéis, indiferentes... loucos.
Queimando as matas e ampliando o chão
Matando a natureza que fornece o pão.
Enquanto existir um só homem expatriados
Morrendo nas filas... nos mares... Abortado.
Enquanto a corrupção dominar a terra
Com armas ocultas semeando a guerra.
Enquanto o poder por ambição desmedida
Não entender que a divisão é a única saída.
Onde a partilha é o pão e o sal da vida!
Que só assim teremos a Terra Prometida.
Enquanto não podermos bradar a liberdade,
Aos quatro
cantos desta imensidade?
Continuaremos escravos da pérfida ambição
Enquanto palpitar no mundo um pérfido coração.
Jailda Galvão Aires. Rio 08/09/2021.