AMOR E PAIXÃO

 Paixão - fogo abrasador
Chega de forma voraz

É um sentimento fugaz
Se esvai como chegou

Amor é luz que aquece

É ternura verdadeira

Dura uma vida inteira

É paz contida na prece

Paixão, vulcão que explode

Inquieto, afogueado

Vive a fúria do pecado

Colapsa e logo implode.

Amor é lago sereno

De um azul permanente

Envolve de paz a gente

É o sentimento mais pleno.

Paixão- onda passageira

Que agita o coração

Notas de uma só canção

Escapa mais que ligeira.

Amor é zelo, é cuidado.

É proteção, é carinho.

É dividir um só ninho.

Permanecer lado a lado

Paixão ardente prazer.
Tempestade de verão

Dura só uma estação.

Deixa as marcas do sofrer.

Amor – alva madrugada.

É chuvisco que não molha

É rosa que não desfolha

Certeza compartilhada.

Rio, 12 de Junho de 2019

PAIXÃO - 2

 Paixão chama que rompe e se espalha
Um pavio explosivo e voraz
É fogo que acende junto à palha
Faísca que ateia um lampião de gás.

É um calor ardente que chacoalha
Toda a carne, em gozos sensuais.
É estar preso numa doce malha
Querer fugir e abrigar-se mais.

Não antever o risco sendo imprudente
Não proteger da dor, o coração.
Como o primeiro amor adolescente.

É planta sem raiz e sem semente.
Única flor que eclode da paixão
Envolta em espinhos, a ferir a gente.

  Rio, 03/06/2019Jaida Galvão Aires.

PAIXÃO - 1

Fogo abrasador que alastra sem aviso
Tremula o corpo em forte comichão
Intercepta a alma faz perder o juízo
Arrebata o corpo. Cora de paixão.

Num cavalo alado transporta ao paraíso
Ninguém pode escapar tão forte tentação.
Ascende travestida de um amor narciso
Estonteia a mente roubando o coração.

Não mais que de repente se esvai findando.
Cinzas esparramadas turvam o caminho
Se elevam em nuvens sobre o céu formando

E sem compreender, as lágrimas brotando,
Um coração esmaece ante um amor mesquinho.
Um vulcão desfalece sob um céu nevando.

Rio, 01/06/2019. Jailda Galvão Aires

CONTO QUE AUMENTA UM PONTO

1. Se “quem conta, aumenta um ponto.”

   Se mil contos eu contei.

   A todos peço um desconto.

   - Também descontos eu dei.

    

   Se “quem conta, aumenta um ponto.”

   Dos pontos que eu costurei?

   Ponto cruz, atrás, pesponto.

   Muitos caminhos bordei.

    

   Se “quem conta, aumenta um ponto.”

   Nos contos que pontuei

   As vírgulas eu já nem conto

   Outros tantos – quanto errei!

    

   Se “quem conta aumenta um ponto."

   Nunca um zero eu tirei.

   Nas provas tive desconto

   Mas muito ”dez” conquistei.

    

   Se “quem conta, aumenta um ponto.”

   Das estradas que trilhei.

   Só guardei de cada conto,

   As virtudes que escutei. 

    

   Se “quem conta, aumenta um ponto.”

   A minha vida eu bem sei

   Vivi, amei, e reconto:

   Fui feliz. Também chorei.

       Jailda 27/03/2019