domingo, 11 de dezembro de 2011

MULTIVERSO III

Na nave dos meus versos
Livremente navego sem máquinas do tempo
E sem utópicas expedições científicas.

Transponho o universo
Na esteira dos meus pensamentos
Transmuto espaços entre o futuro e o presente
Unificados por um fio tênue, imperceptível,
Embebido num fluido etéreo e permanente.

Medidas hoje são subjetivas.
A quântica as relativizou.
O horizonte que delineio,
Não é o teu horizonte delineado.
O tempo da minha espera
Não é o tempo por ti esperado. 

Dilato o espaço e comprimo o tempo.
Sequestro o passado e saboreio lembranças.
Projeto o futuro e transponho os sonhos.
Dois tempos possíveis em espaços iguais. 

Perguntem à metafísica ou à teologia
Interpelem a filosofia que a tudo questiona
E elas dirão que no mundo das possibilidades
Aglomeram-se infinitas probabilidades

Não existe mais nada a ser descoberto
Mas sim a ser compreendido e liberto.

No cinzelar de seus versos
Há milênios, Salomão, sentenciou:
-“Nada há de novo debaixo do sol
O que foi, é o que há de ser;
E o que se fez, isso se tornará a fazer.”
    
Rio,09/12/2011. Jailda Galvão Aires