PRIMAVERA SEM POESIA

Primavera, eu não consigo agora,

Cantar-te em versos os teus encantos

Olho o céu onde desponta a aurora,

Só vejo cinzas no azulado manto

 

A fera humana, a pior das feras,

Indiferente à dor dos animais

Queima os campos ampliando as terras

Infringe as leis do Ibama e da Funai.

 

Animais queimados, buscam abrigo

Famintos e sem água caem abatidos.

Aves abandonam o ninho antigo

Não há mais cantos. Só uivos e gemidos.

   

Árvores centenárias caem em chamas.

Sobre o verde coberto de mil cores

Frutos silvestres queimam sobre as ramas

Nem insetos, nem feras e nem flores. 

 

Aves carniceiras adentram a guerra 

Comendo a morte da cruel usura 

Índios recuam perdem suas terras 

Como viver da singular cultura?

Biodiversidade, a maior do mundo, 

  Coração verde. O pulmão da Terra  

O Pantanal sem vida, moribundo... 

- Como cantar-te em versos, primavera? 

     Rio, 22/09/2020. Jailda Galvão Aires

   

SAUDADES DA PRIMAVERA

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• Primavera quanta saudade aninho, 10
• Das belas flores enfeitando os campos
• Brotam sozinhas em qualquer caminho
• Resplandecem, à luz de um pirilampo.
•  
• Quem as plantou? - Quem arou a terra?
• Quem as podou? Pergunta uma criança:
  
• - O Jardineiro. Autor da primavera
• Deixou pro homem beleza e esperança.
•  
• - Mãe, eu as não vejo belas como antes.
• Olho pros campos estão enegrecidos
• Sinto quão tristes chegam os viajantes 
• Ao matagal quebrado e retorcido.
• 
  
• -Filho, existe um ser ambicioso, sim,
• Que roça e queima os matagais floridos
• Transforma em pasto qualquer um jardim
• São homens insensíveis. Decaídos.
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• Olha a Amazônia e o pantanal em chamas.
• Santuário de animais diversos, raros.
• Morrem queimados sob a quente rama
• Das árvores, que tombam a cada estalo.
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• Quem pode então salvar a nossa terra?
  
• - O mesmo ser que destrói a criação
  
• Não desmatar, poluir, não fazer guerra
• Deixar o paraíso para nova geração.
•         jailda Galvão Aires
  
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BANDEIRA ESMAECIDA

•  Pátria amada, o que fizeram contigo?
•  Tanta terra e tantos desterrados
•  Irmãos nas ruas ao frio e sem abrigo
•  Tantos grãos e tantos esfomeados.
• 
  
•  Tuas florestas tão cantadas em versos
•  Fauna, flora, quanta diversidade!
•  Destruídas por irmãos perversos, 
•  Queimadas pelo fogo.  Insanidade!
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•  Tua bandeira de um verde intenso
•  Esmaeceu-se ao peso da ambição
•  Teu amarelo, raios de um sol ascenso
•  Amarelou ao peso da mineração.
•  
•  Teu manto ornado por rios. Céu anil.
•  Turvo ficou esmaecendo os astros
•  Já não se vê as cores do Brasil         
  
•  A tremular fecunda em teu mastro.
• 
  
•  A faixa branca no seio da bandeira
•  Ordem e Progresso! Clama o cidadão
•  Ascender com fé a Pátria inteira
•  Restaurar valores. As cores da nação.

             Rio, 02/09/2020 Jailda Galvão Aires

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