Terra seca e rachada,
Trincando a pá e a enxada,
Sem cercado e nem beira.
Tendo o sol por fronteira,
Que castiga e inferniza,
Nenhum sopro de brisa,
Só o gemer da porteira.
A velha e seca parreira,
Não dá sombra nem abrigo.
No chão um imenso jazigo,
De corpos nus em fileira.
Uma vazia algibeira,
No ombro roído de um forte,
Carrega o cheiro da morte,
Tange aves carniceiras.
Não dá sombra nem abrigo.
No chão um imenso jazigo,
De corpos nus em fileira.
Uma vazia algibeira,
No ombro roído de um forte,
Carrega o cheiro da morte,
Tange aves carniceiras.
A fome leva à cegueira,
A cada criança-palito.
Neste sertão maldito,
Só raízes na chaleira.
O gado, morrendo à beira
De um fétido sequeiro.
Murchou o verde rasteiro,
Só fome, pranto e caveira.
Cheirando odor e poeira.
Segue em fila o retirante,
Sangrando os pés e a fronte,
Dor doída e costumeira.
Numa prece derradeira,
Leva as mãos ao infinito,
Ninguém escuta um só grito,
Surdo o céu e a terra inteira.
Segue em fila o retirante,
Sangrando os pés e a fronte,
Dor doída e costumeira.
Numa prece derradeira,
Leva as mãos ao infinito,
Ninguém escuta um só grito,
Surdo o céu e a terra inteira.
Há uma culpa cegueira,
De uma corja que se elege.
Mas só aos bancos protege,
E a vida financeira.
Tem por cativa a cadeira,
Fomenta a "Indústria da seca”
O pobre não tem defesa...
De uma corja que se elege.
Mas só aos bancos protege,
E a vida financeira.
Tem por cativa a cadeira,
Fomenta a "Indústria da seca”
O pobre não tem defesa...
Só morte exílio e canseira.
A classe
politiqueira
Promete a
cada eleição
Levar agua
pro sertão
Mas vive da
roubalheira.
A seca não
gera a fome
A ganância é
que consome
Toda a verba
brasileira.
-
Tenho filho e companheira
Animais
que estão morrendo
Cadê
as verbas? Não entendo
Não
tem água na torneira!
Porque
Israel floresce?
Se
o Brasil mesmo quisesse
Brotaria
a Pátria inteira.
Jailda Galvão Aires 13/05/2010 What do you want to do ?
New mail