sábado, 31 de março de 2018

POETA OU POETISA ?


 Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta. (Cecília Meireles) 


Perguntei a profetisa: - Chamo-te profeta?
- O que importa é a mensagem. Ser precisa.
Procurei compreender porque a poeta
Se ofende tanto se a chamam poetisa.
 
Sendo a poesia um estado de espírito!
O meu excede os polos do irracional.
É essência ligada ao perispírito.
Sou óvulo, esperma, singular, plural.
 
Se colho no caminho infinitas flores, 
Entre as mais lindas, a azul violeta...
A musa inspiradora me segrega em cores
Versos de amor. Neste êxtase, sou poeta.
 
Se minha alma louva ao cantar dos anjos
Entre o céu e a terra não construo divisa.
Celebro com eles entre liras e banjos.
Neste arrebatamento, sou poetisa.
 
Se o amor me envolve com o ser amado
E são tantos os beijos que só nos completa
Num amor ardente quase afogueado.
Transfiguro-me em poesia. Sou poeta.
 
Sendo a vida um vai e vem inconstante,
Obriga-me a ser límpida e concisa,
Sobrevivo de maneira extenuante.
Em meus poemas concretos - sou poetisa.
 
Entre as flores do capinzal dourado
Voeja no ar inquieta borboleta.
Meu coração embebecido, ali plasmado!
Esparrama-se em poesia - Sou poeta.
 
O que me importa é a inspiração do verso
Ser da musa sacerdote ou sacerdotisa.
Que flua toda inspiração do universo.
Serei poesia, poeta, poetisa.
    Rio, 01 de abril de 2018. Jailda Galvão Aires
 



What do you want to do ?
New mail
What do you want to do ?
New mail
What do you want to do ?
New mail