Sagradas são tuas mãos
Que acodem, que acarinham,
Que agasalham e aninham,
Socorrem com doce afeto.
Secam os prantos sofridos
Reanimam os deprimidos.
Acolhe quem não têm teto.
Sagradas são tuas mãos
Que nas madrugadas frias
Enfraquecida tu saías
Escondida do convento
E por ruas e alagados
Cobrias os esfarrapados
Limpando chaga e excremento
Sagradas são tuas mãos
Que
conseguem alimentos
Nas
feiras e nos conventos
Nos
Centros e Candomblé
A
extensão da caridade
Transpõe
a credulidade.
Vai
além de qualquer fé.
Sagradas são tuas mãos
Que mesmo sendo escarrada
Estende a outra espalmada
E continuas implorando.
Vence dogmas, convenções.
À justiça, por invasões,
-Tua missão multiplicando.
Ergueu uma enfermaria
No lugar de um galinheiro
Doado por um mosteiro.
E quando a madre a interpela:
Onde estão minhas galinhas?
-Irmã, em cada barriguinha.
- Foram todas pra panela.
Quem as viu tão pequeninas,
Com frágil respiração
Varrendo, limpando o chão,
Desafiando a ciência.
Com a força da caridade
Levantou toda a cidade
Com a mão da Providência.
De doação em doação
Dos feirantes aos empresários
ONGs, governo, voluntários
Ergueu o maior hospital
Para atender a pobreza
Da Bahia e redondeza
- Um legado mundial.
Sagradas são tuas mãos
Irmã Dulce mãe dos pobres
Movestes corações nobres
Hoje tu moras nos Céus.
Santa Dulce a primeira,
Desta Pátria Brasileira
-Rogai por nós junto a Deus!
Jailda,21/0/2019