sábado, 16 de dezembro de 2017

POETANDO (ALBAP)


Entre inversos
E reversos...
- Os meus versos.
 

Entre cantos
E recantos...
- Meus encantos.
 

Entre risos
E sorrisos...
- Os meus guizos.
 

Entre amores
Desamores...
- Quantas dores.


Entre afetos,
Desafetos...
- Quão secretos.


 Entre encontros,
Desencontros...
- Reencontros.


Entre vidas
Revividas...
- Minhas vidas.


Rio 14/12/2017 JGAires.


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

sábado, 25 de novembro de 2017

EU, POEIRA E ALMA (3º)

Pouco me importa
- Que eu seja poeira cósmica de estrelas em brasas
-Cinzas policromadas de vulcão extinto.
Ou partículas rochosas preservando rosas

Pouco me importa
- Que eu seja algas mumificadas de mares remotos
- Ciscos de cristais caindo em neve
De algum arco-íris breve. 

 Pouco me importa
- Que eu seja areia branda de rios ou mares
- Faíscas de meteoros ralados pela atmosfera...
- Ou tempestades de pó 
Voando pelos ares.

Um dia o meu corpo voltará à argila 
Que alimenta a  Terra semimorta
E o meu meu espírito ligado ao eterno "EU SOU"
Voltará ao Hálito que a vida em mim soprou.
Recomeçar me importa.
   Jailda Galvão Aires. Salvador, 08/01/2015
       

FUGA

Há um monte de papéis rasgados de poesias lidas
esperança desfeita em prantos
restos de amor sepultados na alma
há dores esvaindo ao chão
resto de sonhos de um passado morto
há um por de sol entre as montanhas
entre as entranhas do meu coração.

Há um despertar nostálgico de flor desabrochando
larvas varrendo o chão, queimando, queimando
feixe de soluços, de sonhos desfeitos,
pássaros que já não cantam ao anoitecer
borboletas mirradas bailando sem espaço
há dança de folhas tombadas ao vento
uma enorme escuridão sem um único farol.
girassóis que já não bailam acompanhando o sol

Há pedras no caminho, poeira na estrada
rios que secaram, aves que não cantam
há pântanos, lodaçais, sementes que não nascem
estrelas mortas, pirilampos sem lanternas
nuvens de insetos, sapos deglutindo
formigas carregando milhares de esperas,
migalhas de ilusões, sonhos de amor
enterro de quimeras, fantasmas de ilusões,
fantasias rasgadas. Rosas pisadas
há vinho em vez de mel de pétalas esmigalhadas.

 Há  rascunhos amassados pelo chão
cartas se desmanchando em lágrimas
um medo intenso que tudo tenha passado
que não haja esperança de um viver risonho
de uma vida feliz que eu tive ao seu lado

Há odores de cigarros apagados
cinzas queimando as flores do lençol
um perfume que faz voltar todo o passado
papéis de cigarros bem guardados...
como relíquia de uma tarde de sol.

Há promessas de beijos queimando meus lábios.
centelhas de dois olhos nos meus olhos.
há dor de um corpo que não entrou em minhas entranhas
alegria de posse que não foi consumada
calor de um corpo que não juntou ao meu.

Há um leito vazio, um coração sozinho
acalentando a ilusão para crer acordada
que foi tudo seja um pesadelo para acordar depois.

Há olhos cerrados, uma vontade louca
de dormir minha vida por toda eternidade...
sem pensar num minuto, um só instante
que foi um sonho ou aconteceu de verdade.
Salvador 26/08/1999. Jailda Galvão Aires.


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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

HIPÉRBOLE DO PENSAR


Perco-me na vastidão dos pensamentos
Ricos, fracos, rígidos fantasiosos...
Divagando em fugas medrosas
Fugindo de uma realidade grosseira,
Numa carreira desenfreada, 
Sem certeza da partida                             
Sem desejo de chegada.


Busco a terra prometida onde jorra leite e mel.
Será que fica na Terra ou existe um Éden no céu?
Homens se explodem em nome do Criador,
De um Deus insano e cruel.
Que a mente humana criou.

Dois mil anos se passaram da Encarnação.
Rejeitaram o Renovo, que entrelinhas e parábolas,
Ensinou o amor e a grandeza da compaixão:
- “Bem-aventurados os misericordiosos 
Que repartem as vestes e o pão.
- Os pacificadores que dissipam os conflitos.
- Os compassivos que limpam as feridas,
E sussurram consolo as almas aflitas.
Os puros e os mansos de coração,
Porque deles é o Reino dos Céus.
- Refletem na alma a essência de Deus."

Distante as estrelas. Quem as pode tocar?
No meu  reflexivo pensar...
Quão quão múltiplo é o infinito e toda a criação,
Em que esfera Deus se esconde na imensidão?

Três mil anos se passaram...
 Ao retornar da sarça ardente Moisés revelou:
- O reino de Deus não está no firmamento,
Mas dentro  de vós. Basta cumprir os mandamentos.
Onde reside a a força e plenitude do amor.

E o homem, imagem de Deus, criador por excelência
Encurta distâncias, transpõe montanhas,
Domina a terra, céus e mar
Sem entender que o Reino da paz
Está dentro de si mesmo. Na própria existência.

           Rio, 05.03.2010, Jailda Galvão Aires


MULTIVERSO II


  Intermináveis teorias
denegam o que antes era irrefutável.
E para este fim infindável
quantas cabeças rolaram...
e quantos “nóbeis” desmistificados. 

Dois corpos não ocupam o mesmo espaço”
Mas “num mesmo espaço
Coabitam tempos diferentes”.

Parece incoerente!?

Pois digo com toda propriedade:
- Se rasgarem o coração de uma mãe

Verão todos os filhos unificados 
Igualmente amados e alinhados,
No mesmo espaço e no mesmo tempo.

Nas suas entranhas,
Dois ou mais corpos nutrem-se do
mesmo sustento.
Vidas crescem dentro de sua vida,
Onde palpitam mais de um coração,
Cérebros, espíritos e inteligências,
Numa única e milagrosa existência.

Se quiserem levem-me à julgamento
Que a ciência rasgue a minha teoria
Mas não ocultará a verdade dos meus versos.

Todo o universo feminino me absolverá
E toda mãe, por certo, me advogará.
Pois o nosso ventre, no mesmo espaço e tempo
- É o céu, que sempre parirá multiversos.
 
    Rio, 04 de setembro de 2011.  Jailda Galvão Aires
 

  

MINHA MÃE


        Minha mãe é tão bonita
      Poema que a alma dita.
      Puro amor em profusão.
      Minha mãe é tão catita
      Que mesmo o maior artista
      Não lhe pinta a perfeição 

     Suas mãos tão calejadas
     Escondem dedos de fadas
      Que o tempo não mudou não
     Trabalho e tantas jornadas
     Suas mãos foram talhadas
     Pra servir ao coração. 

      Seu cabelo solto, leve...
      Parece com fios de neve
      Branquinho como algodão
     Nas marcas que a vida tece
     São como gotas de prece
     De um rosário de oração. 

      Seu olhar negro e profundo,
     Em prece pede que o mundo
     Tenha mais fé e união
     Seu amor é oriundo,
     Dá fé em Deus que no fundo,
     Lhe enobrece o coração.           

     Minha mãe que embalou berço
      Seus conselhos eu não esqueço.
     Seguindo-os sem hesitação.
     Orando com todo apreço
     Em prece a Deus eu agradeço
     Minha mãe, minha canção!
                                      ...
     Minha mãe é mais bonita
     Hoje, aos pés do Grande Artista.
     O "EU SOU" da Criação
     Na Cidade Prometida
     Todo o esplendor ela fita
     Na mais feliz comunhão.