domingo, 8 de dezembro de 2019
quarta-feira, 27 de novembro de 2019
SAGA DOS RETIRANTES
No ar odor e poeira.
Terra seca e rachada,
Trincando a pá e a enxada,
Sem cercado e nem beira.
Tendo o sol por fronteira,
Que castiga e inferniza,
Nenhum sopro de brisa,
Só o gemer da porteira.
A fome leva à cegueira,
A cada criança-palito.
Neste sertão maldito,
Só raízes na chaleira.
O gado, morrendo à beira
De um fétido sequeiro.
Murchou o verde rasteiro,
Só fome, pranto e caveira.
Terra seca e rachada,
Trincando a pá e a enxada,
Sem cercado e nem beira.
Tendo o sol por fronteira,
Que castiga e inferniza,
Nenhum sopro de brisa,
Só o gemer da porteira.
A velha e seca parreira,
Não dá sombra nem abrigo.
No chão um imenso jazigo,
De corpos nus em fileira.
Uma vazia algibeira,
No ombro roído de um forte,
Carrega o cheiro da morte,
Tange aves carniceiras.
Não dá sombra nem abrigo.
No chão um imenso jazigo,
De corpos nus em fileira.
Uma vazia algibeira,
No ombro roído de um forte,
Carrega o cheiro da morte,
Tange aves carniceiras.
A fome leva à cegueira,
A cada criança-palito.
Neste sertão maldito,
Só raízes na chaleira.
O gado, morrendo à beira
De um fétido sequeiro.
Murchou o verde rasteiro,
Só fome, pranto e caveira.
Cheirando odor e poeira.
Segue em fila o retirante,
Sangrando os pés e a fronte,
Dor doída e costumeira.
Numa prece derradeira,
Leva as mãos ao infinito,
Ninguém escuta um só grito,
Surdo o céu e a terra inteira.
Segue em fila o retirante,
Sangrando os pés e a fronte,
Dor doída e costumeira.
Numa prece derradeira,
Leva as mãos ao infinito,
Ninguém escuta um só grito,
Surdo o céu e a terra inteira.
Há uma culpa cegueira,
De uma corja que se elege.
Mas só aos bancos protege,
E a vida financeira.
Tem por cativa a cadeira,
Fomenta a "Indústria da seca”
O pobre não tem defesa...
De uma corja que se elege.
Mas só aos bancos protege,
E a vida financeira.
Tem por cativa a cadeira,
Fomenta a "Indústria da seca”
O pobre não tem defesa...
Só morte exílio e canseira.
A classe
politiqueira
Promete a
cada eleição
Levar agua
pro sertão
Mas vive da
roubalheira.
A seca não
gera a fome
A ganância é
que consome
Toda a verba
brasileira.
-
Tenho filho e companheira
Animais
que estão morrendo
Cadê
as verbas? Não entendo
Não
tem água na torneira!
Porque
Israel floresce?
Se
o Brasil mesmo quisesse
Brotaria
a Pátria inteira.
Jailda Galvão Aires 13/05/2010 What do you want to do ?
New mailterça-feira, 26 de novembro de 2019
SUSSURROS DE AMOR
Se
teu sopro me inquieta,
Nos teus beijos sou poetisa,
Nos teus beijos sou poetisa,
Nos
teus braços sou poeta.
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
VERSOS CONTROVERSOS
Quem disse que o multiverso
Não cabe no meu poema,
Desconhece o metaverso,
Versátil do meu Sistema.
Não cabe no meu poema,
Desconhece o metaverso,
Versátil do meu Sistema.
Organizo cada verso.
Sem conta nem teorema
Ponho todo o universo
Nas linhas de um só poema.
Sem conta nem teorema
Ponho todo o universo
Nas linhas de um só poema.
Neste mundo adverso
-Do virtual ao cinema,
-Do virtual ao cinema,
-Imagino cada verso.
Sem avatar, sem esquema.
Sem avatar, sem esquema.
Se meu jeito é controverso
A liberdade é meu lema
Viajo todo o universo
Nas asas do meu poema
Ponho arco-íris no verso
Adorno-o com diadema.
Na roupagem deixo imerso...
Chuviscos de alfazema.
Jailda Galvão Aires Rio. 05/10/2019
segunda-feira, 21 de outubro de 2019
DOCES MÃOS DE DULCE
Sagradas são tuas mãos
Que acodem, que acarinham,
Que agasalham e aninham,
Socorrem com doce afeto.
Secam os prantos sofridos
Reanimam os deprimidos.
Acolhe quem não têm teto.
Sagradas são tuas mãos
Que nas madrugadas frias
Enfraquecida tu saías
Escondida do convento
E por ruas e alagados
Cobrias os esfarrapados
Limpando chaga e excremento
Sagradas são tuas mãos
Que
conseguem alimentos
Nas
feiras e nos conventos
Nos
Centros e Candomblé
A
extensão da caridade
Transpõe
a credulidade.
Vai
além de qualquer fé.
Sagradas são tuas mãos
Que mesmo sendo escarrada
Estende a outra espalmada
E continuas implorando.
Vence dogmas, convenções.
À justiça, por invasões,
-Tua missão multiplicando.
Ergueu uma enfermaria
No lugar de um galinheiro
Doado por um mosteiro.
E quando a madre a interpela:
Onde estão minhas galinhas?
-Irmã, em cada barriguinha.
- Foram todas pra panela.
Quem as viu tão pequeninas,
Com frágil respiração
Varrendo, limpando o chão,
Desafiando a ciência.
Com a força da caridade
Levantou toda a cidade
Com a mão da Providência.
De doação em doação
Dos feirantes aos empresários
ONGs, governo, voluntários
Ergueu o maior hospital
Para atender a pobreza
Da Bahia e redondeza
- Um legado mundial.
Sagradas são tuas mãos
Irmã Dulce mãe dos pobres
Movestes corações nobres
Hoje tu moras nos Céus.
Santa Dulce a primeira,
Desta Pátria Brasileira
-Rogai por nós junto a Deus!
Jailda,21/0/2019
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