quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

CRIAÇÃO DO CAOS

A multidão passou...

mora agora na mansão do medo

das flores apáticas, gélidas, petrificadas.

 

A multidão passou...

neste dia o mar secou

as nuvens fugiram

a seca invadiu a terra

e o mundo, adubado de tristezas

não germinou

não criou,

não se multiplicou

 

a terra ficou vazia

sem luz

sem guizos

sem vozes

sem risos

findou toda a alegria.

 

e os homens!?...

emudeceram todos.

não haverá  amanhã

nem futuro e nem presente

quem sabe um amanhã doente!

 

Os homens inventaram muito

buscaram muito

desafiaram os céus

venceram epidemias

fizeram-se Deus clonando vidas

manipularam o macro e o micro

tornando a alma amarga e fria.

 

fomentaram guerras e venderam armas

cogumelos radioativos envenenaram o ar

dizimaram cidades

mutilaram inocentes

infecundaram o solo por mil anos

 

Os homens ...

fizeram bombas

e se fizeram bomba

sem compreender

fabricaram a via dolorosa.

 a multidão passou...

mora agora na mansão do medo

das flores, apáticas, gélidas, medrosas...

                         Bahia, 1968. Jailda Galvão

domingo, 17 de janeiro de 2021

O MUNDO EM XEQUE-MATE

Um silêncio impera nostálgico, esquivo... 

Parou todo o planeta. Quedou a ambição. 

Na face, o sol, desbotado, compassivo,

Esquadrinha a dor sentenciada ou não.

 

Eclodiu sorrateiro, um magma intrusivo,

Invadindo a Terra em sua vastidão.

Invisível, cruel, Herculano, abrasivo.

Dominou a ciência lançando-a ao chão.

 

Veio do mar, das esferas, do leste, do poente? 

Mutação de um gene? Uma célula doente?

Uma guerra econômica?  Há quem duvide?

 

Poderosos ao chão. Na pirâmide, um império!

Refugiados, mendigos no mesmo cemitério...

O mundo em xeque-mate!  Ciência X Covid

                             Rio, 12/01/2021. Jailda Galvão Aires. 


                                         (contagem 3-6-9-12)OK