segunda-feira, 21 de setembro de 2020

PRIMAVERA SEM POESIA

Primavera, eu não consigo agora,

Cantar-te em versos os teus encantos

Olho o céu onde desponta a aurora,

Só vejo cinzas no azulado manto

 

A fera humana, a pior das feras,

Indiferente à dor dos animais

Queima os campos ampliando as terras

Infringe as leis do Ibama e da Funai.

 

Animais queimados, buscam abrigo

Famintos e sem água caem abatidos.

Aves abandonam o ninho antigo

Não há mais cantos. Só uivos e gemidos.

   

Árvores centenárias caem em chamas.

Sobre o verde coberto de mil cores

Frutos silvestres queimam sobre as ramas

Nem insetos, nem feras e nem flores. 

 

Aves carniceiras adentram a guerra 

Comendo a morte da cruel usura 

Índios recuam perdem suas terras 

Como viver da singular cultura?


Biodiversidade, a maior do mundo, 

  Coração verde. O pulmão da Terra  

O Pantanal sem vida, moribundo... 

- Como cantar-te em versos, primavera? 

     Rio, 22/09/2020. Jailda Galvão Aires

   


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