sexta-feira, 13 de setembro de 2019

MÃOS BENDITAS

Benditas mãos que embalam berços
Berços que guardam anjos que voarão um dia

Voos tão altos que poucos olharão pra trás
Os filhos não pertencem aos pais.
São filhos dos sonhos que cada vida traz.



Se forem almas agradecidas
Volverão o olhar e beijarão as faces envelhecidas
Afagarão cabelos alvos como as neves
Aquecerão mãos ásperas e frias.
Ajudando a caminhar
Quem os ensinou a caminhar um dia.
E no último gesto, sofrido e breve,
Fecharão os olhos na última despedida
Mãos preparadas para servirem à vida.

Benditas as mãos que faz chorar os filhos
Educando-os com firmeza e retidão
Para que as escolhas da vida
Não os faça chorar arrependidos.
E um dia poderão dizer agradecidos:

- Pais de amor eu os amo e os bendigo.

Mãos benditas mãos que sendo sábias

Poderão guiar a humanidade.

Com amor, justiça e igualdade,

Cada criança é o amanhã de um novo mundo. 

Sem fome, guerras... Igualitário. Fecundo.

Benditas as mãos que ao anoitecer
Bendizem ao Salvador
Olhando o céu e agradecendo o dia
Que unem as mãos dos filhos
Num só estribilho de gratidão e amor
Ensinando que a vida sem compaixão
É pequena, vazia. Um viver sem expansão.

Benditas as mãos que ensinam
Que dividir é multiplicar sementes
Que em solos férteis frutificarão
Florescendo desertos
Armazenando celeiros

Que alimentarão o mundo inteiro.

Benditas mãos que derrubam fronteiras
Testificando que é de todos a terra inteira.

Mãos que constroem pontes
Que ligam corações, sentimentos, cidades.
Partículas de Deus servindo a humanidade

Mil vezes benditas mãos afortunadas
Que trazem em suas palmas vidas abençoadas.             Rio, 20/10/2019 Jailda Galvão Aires.

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