Há um silêncio
nostálgico que entra sorrateiramente
quando o ninho,
pouco a pouco vai ficando vazio...
O vozerio dos
filhos, os gritos, as gargalhadas, os mil porquês, antes tão nítidos e tão
persistentes, por algum tempo parecem ecoar pela sala, pelos cantos, no
tilintar dos pratos na mesa de jantar. E pensar que tudo foi ontem e ressoa tão
distante e se faz tão presente. Qualquer barulho tem uma história...
Não. Quatro
histórias que se repetem. Não. Cada um é uma história.
Um choro, um
sorriso. Ah! o primeiro sorriso, o primeiro balbucio, o primeiro papá quando eu
ensaiei tanto: mamã, mamã, mamã...
-Papá.
-Mamã.
-Papá, vovó,
papá, vovó.
Quantas noites
sem dormir... O choro com cara de dor, em que parte daquele frágil corpinho? A
febre, o xarope, a mamadeira, o xixi, o cocô, o vômito, outro banho. E fez
tanto frio nas madrugadas do Rio...
1975 - Leonardo - o primeiro Filho! 1976, Juninho que no meucolo assistiu ao primeiro ano do irmão. As madrugadas eram estremamente frias Até granizo caiu. E eu recém chegada... Apavorada! Mãe de
primeira viagem e a parentela tão longe...
Ah! E o cheiro
de alfazema invadindo a penumbra do quarto!
O balanço do
berço... A canção de ninar, o primeiro balbucio... A primeira passada – uma festa! O primeiro
aniversário! Em casa mesmo tudo feito pela mamãe. O papai comprou o bolo mais
bonito e gigante que encontrou!
1979, sozinha,
com os dois quase da mesma idade, corri para a Bahia, eu também precisava de colo.
De colo de mãe. Agora sei porque André Luiz é sambista e compositor. Não nasceu estreiou.
1983 – Incógnita toatal. O bebê estava de costas em todas as ultrassonografia. Chegou o momento do nascimento. Ouvi a vóz do Dr. Carlos: - Eu não disse que era uma menina! O meu grito de alegria ecoou por toda a maternidade! Minha filha! Minha filha! Fui imediatamente sedada para para o término da cesariana. O pai gesticulava por trás da equipe médica: É uma menina! A
nossa menina. E eu apagada, no sono anestésico.
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