Sou leoa que nunca descansa
mesmo dormindo o meu inconsciente
fica atento ao menor ruído.
se fecho os olhos farejo o ar
sentindo o perfume do sol poente.
tatuo as rosas sem ferir as mãos
meu sexto sentido prioriza escolhas
seguindo e aperfeiçoando intuições
à noite, sozinha, no meio da estrada
enfrentando o medo peguei carona
cheguei a faculdade mesmo atrasada
e se para Nietzsche “Deus está morto”
versei a prova em vinte minutos
conquistando meu o suado diploma
se por quarenta anos engavetei conhecimentos
filosofei e versei alegrias e tormentos.
Trago nos ombros o peso do mundo
sentindo a dor humana atravessada em mim.
sofrendo e lamentando por ser assim
que Deus perdoe este ser infecundo.
percorri caminhos que não escolhi.
a vida me pregou peças. Lutei até o fim.
feliz por inteiro quem é nesta vida,
incoerente, incongruente, sem freio
Entre atalhos e pedras encontro a saída?
Jailda Galvão Aires (Rio. 17705/2024)
Nenhum comentário:
Postar um comentário