Prega-se a Independência aos quatro cantos
-Um livre véu a estender seu manto
Liberdade de escrever, sorrir, dançar.
Liberdade de pregar, cantar, chorar
Expressar-se com espontaneidade
Resguardado pela Lei da igualdade.
Enquanto houver no mundo um ser faminto,
Sem lar, sem teto, sem terra e sem trabalho,
Enquanto houver alguém com frio sem agasalho
Uma criança perambulando sem escola
Ao lado da mãe, pedindo esmola,
Um "soldadinho de chumbo" nas mãos do tráfego
Aniquilando à vida neste navio náufrago.
Enquanto a propriedade pertencer a poucos
Donatários cruéis, indiferentes... loucos.
Queimando as matas e ampliando o chão
Matando a natureza que fornece o pão.
Enquanto existir um só homem expatriados
Morrendo nas filas... nos mares... Abortado.
Enquanto a corrupção dominar a terra
Com armas ocultas semeando a guerra.
Enquanto o poder numa ambição desmedida
Não entender que a divisão é a única saída.
Onde a partilha é o pão e o sal da vida!
Que só assim teremos a Terra Prometida.
Enquanto as guerras dizimarem a terra
Corpos famintos rolando pelo chão,
Em pleno século campos de concentração
Matando crianças de sede e inanição.
Poeira e concreto soterrando vidas
seres inocentes, sem enterro, sem despedidas
Só quando a paz abraçar a imensidade
Poderemos felizes brindar a liberdade
Aos quatro cantos desta imensidade?
Jailda Galvão Aires.