segunda-feira, 21 de outubro de 2024

Eu Passarinho

 

 Eu, passarinho,

Voei nas asas metálicas e alcei o céu.

Fui pássaro, passaredo, passageira, passarada.

visitei destinos e ninhos diferentes

fui "passarinha” passarinhada e planei...

passei por rios e árvores frondosas,

mata verde, céu azul, estrelas prateadas

Eu passarinho fui pássaro gigante

Lembrei o dirigível de Santos Dumont.

Chapéu Panamá com palha toquilha 

Protegia a genialidade que conquistou o céu

Fui passarinho, passaredo, pássaro metálico.

Não digam que não voei nas asas dos meus sonhos

eu passarinha, passarinho, passarada, passaredo

Voo teleguiado sem cheiro de combustível

Não digam que não voei 

Fui ave. Andorinha, colibri.

Tive asas por um dia!

Extasiei-me.

 E feliz.

Aterrissei em Paris.

Jailda Galvão Aires 

Imagem do Google.



domingo, 8 de setembro de 2024

ODE À PRIMAVERA

 

  Criança rabisque as folhas do caderno,

  Desenhe o sol nascendo atrás da serra!

  Recrie um mundo ultramoderno.

  Harmonioso, sem armas e sem guerra.

 

  Poeta verse o amor que o amor é eterno. 

  Toda a beleza que vida encerra,

  Cante o verão. Dê adeus ao inverno.

  Mundo, se alegre com a feliz espera!  

 

  Artista pinte os muros da cidade

  Deixe as portas e as paredes belas!  

  Entalhe o rosto da felicidade,

  Do olhar dos namorados na janela.

 

 Que a musa - mãe da criatividade  

  Quer na urbe, no campo ou na favela,

  Deixe a vida encarnar a divindade!

  Aplaudam! Vem chegando à primavera!

        Jailda Galvão Aires

 

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

FÓSFORO ACESO

Um fogo abrasador incandescente

Desce rasgando o ventre das montanhas

Línguas serpenteiam vorazmente

Roendo os veios em suas entranhas

 

E a mata estremece inteiramente

Gemendo de dor... Uma dor que  arranha.

A alma da terra esguicha lentamente

E morre sob o fogo que a arrebanha.

 

Raízes retorcidas em magnas cinzentas

Sob os troncos vergados morrem os ninhos

E milhares de animais jazem indefesos.

 

A cobiça humana, vil, sangrenta.

Comemora por trás dos colarinhos:

-Bastou apenas um fósforo aceso!

    Jailda Galvão Aires 14/08/2024

 


domingo, 28 de julho de 2024

MARIA RENATA 15 ANOS

 M imosa flor guarda este momento, que

A vida se abre em sonhos refloridos

R evive cada detalhe desta festa linda!

I nstante este que jamais será esquecido

A o lado, dos que te amam, minha querida!

 

R osas multicor enchem o salão de festa!

E ncantadora estás a espalhar sorrisos...

N ada se compara aos teus quinze anos

A dorável princesa amável e destemida.

T ens no coração o brilho dos arcanjos

A mor que contagia a todos nesta vida.

        Rio, 26/07/2024 Jailda galvão Aires



sábado, 8 de junho de 2024

LEOA FEROZ

  Sou leoa aloprada que nunca descansa

mesmo dormindo o meu inconsciente

fica atento ao inaudível ruído

que vem das fendas do desconhecido.

se fecho os olhos farejo o ar vertente

advindo dos raios de algum sol poente.

tatuo as rosas sem ferir as mãos

meu sexto sentido prioriza escolhas

seguindo e aperfeiçoando intuições

 Desembarcou do ônibus sentindo a tontura dos viajantes. Horas de balanço constante, acelera e freia, sobe e desce, motor que ronca numa constante e gente que por vezes grita e sussurra. O calor e o frio se misturam dentro do espaço acondicionado sem ar. 

sozinha, quantas vezes fiquei no meio da estrada

- O coletivo velho e ruidoso de tanto galopar buracos, enguiçava.

viajantes desciam da nave carcumida à espera de uma carona.

O frio do inverno do sul da Bahia era gélido  de doer os ossos.

vaga-lumes  piscavam no asfalto esburacado.

O ruído umbrático da noite piava e farfalhava. 

enfrentei o medo e peguei carona com conhecidos 

ou na boleia de ignotos mas educado caminhoneiros.

mesmo atrasada cheguei a faculdade 

e  se para Nietzsche “Deus está morto”

e esta era a única questão, versei`a prova, em vinte minutos

conquistando meu  suado e trabalhado diploma

se por quarenta anos engavetei conhecimentos

filosofei e versei alegrias e tormentos. 

 

Trago nos ombros o peso do mundo

sentindo a dor humana atravessada em mim.

sofrendo e lamentando por ser assim

que Deus perdoe este ser infecundo.

percorri caminhos que não escolhi.

a vida me pregou peças. Lutei até o fim.

feliz por inteiro quem o é nesta vida?

incoerente, incongruente, sem freio

entre atalhos e pedras não encontrei saída,

Mas sei que valeu a pena... E como valeu.


Jailda Galvão Aires  (Rio. 17705/2024)