sexta-feira, 14 de julho de 2023

POEMA DE SANGUE

 POEMA DE SANGUE (19)

 

A poesia morreu

morreu o belo

a flor

a vida

o amor

Surgiu a guerra!

 

Um poema de sangue 

envermelhou  a areia

a poesia ,sem poesia, não foi lida

cresceu o ódio

e a revolta incendiou a terra

 

Os homens se afastaram

não compreenderam

mataram o amor

pisaram  as flores

a beleza dos montes

enegrecendo as fontes

 

pais perdem filhos

crianças órfãs perambulam desamparadas

a multidão lazarenta

foge da morte

tomba nos mares

e desfalece na estrada.

 

Construções  tombam

sob nuvens de concreto

 

O grito perpetua : morte!

 

O extermínio domina o planeta

a guerra castiga,

aleija

açoita

cruelmente

balas e canhões

matam inocentes

vidas ja não sonham mais

nunca mais sonharão.

 

A paz não mais voltará

nem a poesia

nem o belo

nem o amor

 

No coração do homem

está escrito o poema de sangue:

ódio

vingança

extermínio

atrocidade

poderio

vanglória

ambição

Um coração de pedra vocifera:

- morte ao planeta!

E a Terra tomba sobre a terra.

  Jailda Galvão Aires/1968

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