POEMA DE SANGUE (19)
A poesia morreu
morreu o belo
a flor
a vida
o amor
Surgiu a guerra!
Um poema de sangue
envermelhou a areia
a poesia ,sem poesia, não foi lida
cresceu o ódio
e a revolta incendiou a terra
Os homens se afastaram
não compreenderam
mataram o amor
pisaram as flores
a beleza dos montes
enegrecendo as fontes
pais perdem filhos
crianças órfãs perambulam desamparadas
a multidão lazarenta
foge da morte
tomba nos mares
e desfalece na estrada.
Construções tombam
sob nuvens de concreto
O grito perpetua : morte!
O extermínio domina o planeta
a guerra castiga,
aleija
açoita
cruelmente
balas e canhões
matam inocentes
vidas ja não sonham mais
nunca mais sonharão.
A paz não mais voltará
nem a poesia
nem o belo
nem o amor
No coração do homem
está escrito o poema de sangue:
ódio
vingança
extermínio
atrocidade
poderio
vanglória
ambição
Um coração de pedra vocifera:
- morte ao planeta!
E a Terra tomba sobre a terra.
Jailda Galvão Aires/1968
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