Apregoa-se liberdade aos quatro cantos Como um negro véu a estender seu manto E a liberdade quer à custa sair Liberdade de escrever, de poetar de ir e vir.
Liberdade para expressar, sorrir, Liberdade para recuar ou pra seguir. Enquanto houver no mundo um ser faminto, Sem lar, sem teto, sem terra e sem trabalho,
Enquanto houver um ser sem agasalho Enquanto houver uma só criança sem escola Ao lado da mãe pedindo esmola, Ou soldadinho de chumbo nas mãos do tráfego Sucumbir a terra neste navio náufrago. Enquanto a terra esteja nas mãos de poucos Donatários cruéis, indiferentes e loucos. Queimando as matas e ampliando o chão Matando a natureza que lhe fornece o pão. Enquanto houver seres expatriados Morrendo nas filas e nos mares, abortados. Enquanto a corrupção dominar a terra Com armas ocultas semeando a guerra.
Enquanto os três poderes por orgulho e altivez Não entender que a união é a única saída. Onde a partilha é o pão e o sal da vida! Alcançando por fim a Terra Prometida.
Poderemos gritar por liberdade ? Aos quatro cantos desta imensidade Continuaremos escravos da ambição enquanto palpitar um pérfido coração
Jailda Galvão Aires. Rio 08/09/2021.
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