quarta-feira, 8 de setembro de 2021

LIBERDADE, EM QUE MUNDO TE ESCONDES?

Apregoa-se a liberdade aos quatro cantos 

Sob um negro véu a estender seu manto

Liberdade de escrever, de ir e vir.

Expressar, amar, chorar, sorrir, 

Liberdade pra ficar ou prosseguir... 

 

Enquanto houver no mundo um ser faminto,

Sem lar, sem teto, sem terra e sem trabalho,

Enquanto houver um ser sem agasalho

Uma só criança vagando sem escola 

Ao lado da mãe pedindo esmola, 

Um soldadinho de chumbo nas mãos do tráfego 

Sucumbindo o futuro neste navio náufrago.

 

Enquanto a terra estiver nas mãos de poucos

Donatários cruéis, indiferentes e loucos,

Queimando as matas e ampliando o chão

Matando a natureza que lhe fornece o pão.

Enquanto houver seres expatriados 

Morrendo nas filas e nos mares, abortados.

 

Enquanto os poderes por orgulho e pretensão

Aplicarem à Lei à sua interpretação,

Enquanto a corrupção dominar a terra   

Com armas ocultas semeando a guerra.

Enquanto a pele, o amor e a etnia.

Diferenciar o homem nesta travessia

 

Enquanto o homem não entender que a união

É a saída sem revolução.

Que a partilha é o pão e o sal da vida! 

Caminho para alcançar a Terra Prometida.

 

Não poderemos gritar por liberdade

Aos quatro cantos desta imensidade

Continuaremos escravos da ambição

Enquanto palpitar no mundo um pérfido coração.

Jailda Galvão Aires/2025-Rio

 



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