Apregoa-se a liberdade aos quatro cantos
Sob um negro véu a estender seu manto
Liberdade de escrever, de ir e vir.
Expressar, amar, chorar, sorrir,
Liberdade pra ficar ou prosseguir...
Enquanto houver no mundo um ser faminto,
Sem lar, sem teto, sem terra e sem trabalho,
Enquanto houver um ser sem agasalho
Uma só criança vagando sem escola
Ao lado da mãe pedindo esmola,
Um soldadinho de chumbo nas mãos do tráfego
Sucumbindo o futuro neste navio náufrago.
Enquanto a terra estiver nas mãos de poucos
Donatários cruéis, indiferentes e loucos,
Queimando as matas e ampliando o chão
Matando a natureza que lhe fornece o pão.
Enquanto houver seres expatriados
Morrendo nas filas e nos mares, abortados.
Enquanto os poderes por orgulho e pretensão
Aplicarem à Lei à sua interpretação,
Enquanto a corrupção dominar a terra
Com armas ocultas semeando a guerra.
Enquanto a pele, o amor e a etnia.
Diferenciar o homem nesta travessia
Enquanto o homem não entender que a união
É a saída sem revolução.
Que a partilha é o pão e o sal da vida!
Caminho para alcançar a Terra Prometida.
Não poderemos gritar por liberdade
Aos quatro cantos desta imensidade
Continuaremos escravos da ambição
Enquanto palpitar no mundo um pérfido coração.
Jailda Galvão Aires/2025-Rio
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