Racha o sol
teiú no anzol
madrugada
pé na estrada
meio dia
barriga vazia
três horas
a fome aflora
vinte horas
vai embora
vem à noite
outro açoite
já em casa
lenha na brasa
preparo o rango
palma e calango
chama a filharada
corre a ninhada
comem o lagarto
lambem o prato
Jão traz água
mãos em chagas
a lua espia
a pobre Maria
todos na esteira
à noite inteira
escola tem não
enxada na mão
vai ano entra ano
o mesmo abandono
manhã descortina
abre a cortina
a mesma rotina
fecha a cortina.
Jailda Galvão Aires Rio (17/04/21
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