Num vendaval de poeira
Atravessei a atmosfera
venci o oceano
interestelar
E aterrissei na
Terra.
Pra que vim não sei.
Pois nunca me
encontrei.
Vivo bipolaridades
Sem ter a certeza de
quem realmente sou.
Se eu cumpro a missão
para a qual jurei.
Ou remoo a angustia pensando
que falhei.
Tortura-me o vazio porque
a vida é curta
Dura o clique de um estalar
de dedos
Foram tantos os sonhos
desenhados
Tantos caminhos bifurcados.
Que me agachei entre
sombras e rochedos.
A vida me foi um
eterno vestibular.
Engavetei meu diploma
joguei a chave fora.
Não encontrei
respostas em filosofar.
Sacudi as mãos. Cruzei
os braços.
Supondo partir sem ter ido embora.
A tesoura do tempo podou
todos os ramos
E os sonhos rodaram
moinhos enferrujados
As possibilidades
cortadas pelas incertezas.
Desceram sufocadas em meio as correntezas.
Este cisco microcósmico
que aqui está
Ao pó do infinito um dia
voltará
Que é a vida senão
frações de estrelas
Que a terra se incumbirá em devolvê-las?
Rio, 15 de julho de
2020.
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