quarta-feira, 10 de abril de 2019

ALBAP - ACADEMIA LUSO-BRASILEIRA DE ARTES E POESIAS



Indicada pela Confreira, Anna de Fillipo, psicóloga, poeta e escritora, a quem tenho grande admiração e amizade, para pertencer a ALBAP - Academia Luso Brasileira de Artes e Poesias.
Após ser aceita pelos fundadores e diretores da referida Academia, agradeço nas pessoas de Maria José da Conceição (Presidente), Mirian Antonia Angotti Ferreira, (Vice-Presidente) Liege Vaz, (Diretora Executiva), e a toda a diretoria pela posse a mim concedida. Registro aqui a minha admiração e apreço pela divulgação da arte e da poesia brasileira e de além mar.

No dia 23 de março do corrente ano, passei a fazer parte do encontro virtual de poetas e escritores, ocupando a cadeira de número 60,

Recebi também o certificado e o brasão da ALBAP.                    

Escolhi, como Patrono, Casimiro de Abreu foi além da admiração e a soma de coincidências: Casimiro é patrono da cadeira nº. 6 da ABL. Fui premiada com a cadeira de nº 60 na ALBAP.

Casimiro nasceu no Rio de Janeiro cidade que resido com minha família desde 1975.Estudou em Portugal, país dos meus encantos.

Como ele, sou filha de comerciantes. Estudei longe dos meus pais e manos e nas horas de saudades eu declamava: 
“Debalde eu olho e procuro.../Tudo escuro/Só vejo em roda de mim!/Falta a luz do lar paterno/Doce e terno,/Doce e terno para mim.”


Nasci num pequeno povoado cercado de fazendas no sul da Bahia em Cafondó. Contei estrelas no céu, cantei cantigas de rodas, fiz poesias.

Tive o aroma das flores, e nas tardes  fagueiras,           

Corri livre pelas montanhas atrás das “borboletas azuis.”

Cacei vaga-lumes nas noites de lua cheia.

Descansei à sombra dos laranjais e das bananeiras.

Colhi pitangas e saboreei mangas no alto das mangueiras.

Descalça, corri pelas pela campinas, fiz castelos de areia.

O mar me parecia um imenso lago de espumas.

O céu “um manto azulado” "bordado de estrelas."

Não conhecia as mágoas que trago agora. Nenhuma.

A vida era doce como um sonho dourado repleta de manhãs risonhas.

Noites de folguedos e cabra-cega ao luar.

Tinha os conselhos de minha mãe, que, docemente, me ensinava a rezar.

Brincava livre com a garotada tão livres como “livres os filhos das montanhas.”

À noite, à luz de um candeeiro, aconchegados à rede que balançava,

"Adormecia sorrindo" com o meu pai a cantar: 
“Oh! que saudades que tenho
Da aurora de minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!” Meus Oito Anos Casimiro de Abreu.

Jailda Galvão Aires.
Rio de Janeiro. 10 de abril de 2019.

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