sexta-feira, 26 de setembro de 2025

METROSEXUAL (samba)

Você que só veste grife 

Bonitão e muito chique

Um cara todo perfeito

Camisa colada ao peito,

Realçando o peitoral/sem igual

Faz box e academia

Pedala todo o dia

É um metrossexual/tal e qual

Estiloso e bacana

Investe toda a grana

No marketing pessoal /especial

 

Com agenda sempre cheia

Caiu na rede é sereia

Com troca de celular

Só quer curtir e ficar

Com a gata sensual/escultural

De Lapa à Copacabana

Tá no "Samba da Cabana"

Num batuque magistral/surreal

O amigo é da noitada

Cada dia uma namorada

Sem perder um carnaval /tradicional

 

Deixo aqui o meu recado

De um cara tarimbado 

Só queria me dar bem/me dar bem

Sem ninguém virei tiozão.

Mas que triste conclusão

Fiquei sozinho também/Sem ninguém.

Companheiro escute bem/não tem, não tem

Quem tem todas não tem ninguém.

Não tem, não tem, 

Quem tem todas não tem ninguém.

Não tem, não tem, 

Quem tem todas não tem ninguém.

 


tchutchuquinha

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

EU ÁTOMO ALMA E PÓ

Eu vim do cisco de alguma estrela,

Do pó da terra que alimenta a vida,

Sou energia sem poder contê-la,

Usina transbordando. Incontida. 

 

Sou as marés que ninguém pode detê-las

Fases da lua crescente e retraída

Ondas do mar revolto que encapela,

Borboleta esvoaçando distraída

 

Sou energia de um átomo travesso,

Que atravessou as brunas do universo,

No bico alado d'uma gentil cegonha,

 

Aterrissei num berço improvisado

Num caixote de cetim acolchoado

Feito por minha mãe feliz, risonha.

    Jailda Galvão Aires


terça-feira, 16 de setembro de 2025

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Liberdade

 Prega-se a Independência aos quatro cantos 

-Um livre véu  a estender seu manto        

Liberdade de escrever, sorrir, dançar.   

Liberdade de pregar, cantar, chorar

Expressar-se com espontaneidade

Resguardado pela Lei da  liberdade.    

 

Enquanto houver no mundo um ser faminto,

Sem lar, sem terra e sem trabalho,

Enquanto houver alguém com frio, sem agasalho,        

Uma criança perambulando sem escola    

Ao lado da mãe, pedindo esmola,

Um "soldadinho de chumbo" nas mãos do tráfego  

Aniquilando à vida neste navio náufrago.      

 

Enquanto a propriedade pertencer a poucos   

Donatários cruéis, indiferentes... loucos.       

Queimando as matas e ampliando o chão     

Matando a natureza que fornece o pão.   

 Enquanto existir um homem expatriado              

Morrendo nas filas... nos mares... Abortado.    

Enquanto a corrupção dominar a terra       

Com armas ocultas semeando a guerra.

Enquanto o poder numa ambição desmedida  

Não entender que a divisão é a única saída.   

Que a partilha é o pão e o sal da vida!      

O reencontro com  a Terra Prometida.

Enquanto as guerras dizimarem a terra

Corpos famintos rolando pelo chão,

Em pleno século campos de concentração

Matando crianças de sede e inanição.

Poeira e concreto soterrando vidas

seres inocentes, sem enterro, sem despedida

Só quando a paz abraçar a imensidade 

Poderemos felizes brindar a liberdade          

Aos quatro cantos desta imensidade?    


Jailda Galvão Aires.