Ontem, 26
de fevereiro, de 2025, estive acompanhada do meu filho, ao DETRAN em Copacabana,
na Rua Barata Ribeiro, 370, 3º andar, para aquisição de uma nova Carteira de
Identidade.
Tenho 77
anos e, como eu, muitos idosos de todas as idades estavam presentes. Uma fila
imensa encheu um quarteirão, em pé debaixo de um sol escaldante de 40º,
desviando dos transeuntes que que por ali passavam. 30 senhas foram
distribuídas para Carteira de Identidade e outras 30 para Carteira de
Motorista. Às 8 horas subimos ao terceiro andar, com poucas cadeiras, sem ar
condicionado e sem um bebedouro por perto. O atendimento, sempre exemplar,
respondia as dúvidas de muitos.
Após o
atendimento da sexta senha prioritária para Carteira de Identidade, o sistema
caiu e fomos avisados que enfrentaríamos, no dia seguinte, outra enorme fila a
fim de obter uma nova senha.
A revolta
tomou conta dos idosos, que, em coro, se negou a devolver a senha adquirida,
guardando-a, por direito, para o atendimento no dia seguinte. Pessoas passaram mal debaixo de um calor
intenso, com sede e sem direito a um copo com água.
Hoje, fomos
atendidos, educadamente, pelos funcionários que acataram o direito garantido
pela Constituição priorizando os idosos.
Ao
adentrar o recinto, fiquei mais uma vez pasma pela condição sub-humana das
pessoas que ali trabalham, sem ar condicionado, sem ventiladores, bebendo água morna sem direito a uma geladeira ou um
bebedouro gelado. Um funcionário, gripado, nos atendia com voz rouca, sem
atestado médico e sem reclamação. Um soldado em seu posto.
Pergunto:
Para onde são destinadas as verbas que pagamos através de altos impostos além
dos embutidos em tudo que adquirimos? Porque o DETRAN não trata com dignidade
as pessoas que trabalham para este órgão e seus usuários?
Sei que
ficarei, como muitos, sem resposta. O meu protesto de direito e de indignação
ficará aqui registrado, e se preciso for procurarei outras esferas.
Aguardando
solução,
Jailda
Galvão Aires.