No tanger da lira
minha alma suspira
meu corpo transpira
meus ais, meu penar
solfejo baixinho
qual ave no ninho
meu peito, sozinho
nem quer mais voar.
Tô presa ao passado
nas letras de um fado
meu ser enfadado
não quer mais cantar
um suave bolero
dançar já não quero
eu juro é vero
não sei enganar
tá tudo tão frio
meu corpo - arrepio
um doce assovio
mais bravo que o mar
na esteira me deito
abraço o meu peito
meu leito desfeito
não posso sonhar
E a vida lá fora
sorrindo me implora
- viver é agora
não deixa passar.
- eu sou como um raio
- um mero ensaio
- tão logo me esvaio
- não posso voltar.
como por encanto
tão logo levanto
enxugo meu pranto
começo a bailar
o sol doura a fresta
alegria me infesta
a vida é uma festa
viver é vibrar.
Jailda Galvão Aires
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