Eu, pedi a Santo Antônio
Um moço pra namorar
Me apresentou um campônio
Que gaguejava ao falar
Trocava até o meu nome
Ficava no Já, Já, Já,
Pra falar meu sobrenome.
Uma légua a caminhar
Me deixava encabulada
Do Já, Já, Já não saía.
Tinha a língua enferrujada
Entrei mesmo numa fria
- Logo eu uma tagarela
Falo pelos cotovelos?
Procurei uma capela
Ao padre pedi um apelo
O vigário perguntou:
Querem logo se casar?
O Gago se adiantou
- Já, Já, Já, Já, Já, Já, Já
Saí correndo da igreja
Adentrei a multidão.
- Meu São João me proteja!
Casar? Quero mais não.
Se Pedro, negou a Cristo
Por três vezes dia adentro,
Fica o dito por não dito
Noutra fria eu não entro.
Saí correndo da festa
Tamanha desilusão
Um ano ainda me resta
Só no outro São João.
Jailda Galvão Aires/ 2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário