quarta-feira, 27 de maio de 2020

E A TERRA VENCEU

Mas um dia que passa

Em que eu nada fiz

E nada refiz

Gazeei o tempo

Corri atrás do nada

Engavetei o pensamento

Não ouvi o ruído das horas

O girar dos ponteiros,

O voar dos segundos

E no meu mundo

O hoje, já era outrora.

 

O dia passou qual o vento

Um vento nostálgico

Com cheiro de morte

Com gosto de nada

Só o cinza das sombras,

Nas entranhas da alma

 E a lua curvada

Olhava pra Terra

Pra terra molhada

De lágrima e dor. 

Minha alma enterrada.

 

Entre nuvens errantes

Cinzentas, uivantes

A lua minguou, 

Esvaiu. Se escondeu.

Ninguém me ouvia

Ninguém estava ali

Na noite de breu.

 

Dormir eu queria

Esconder-me no sono

Refugiar em mim mesma

No colo que é meu

 

Nenhum vaga-lume

Mostrava seu lume

Só trevas. Eu vi. 

Eu juro que vi.

Vi um vírus mortal

Armado pra guerra

Borrifar toda a Terra.

Extermínio total.

 

E a Terra indefesa

Mirou o futuro,

Saindo do escuro

Num plano genial.

Não se deu por vencida

E o DNA da vida

Armazenou num dedal. 

 Rio, 27/05/2020 Jailda G. Aires

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