quinta-feira, 9 de abril de 2020

(COVID - 19) AÇÃO E REAÇÃO

De onde surgiu, sutil e sorrateiro
Invisível, envolto em nevoeiro
Sem aviso, sem sinal... Um invasor.
De sobressalto, tomou o mundo inteiro
Na velocidade da luz, o forasteiro
Veio cruel, mortal e avassalador.

Como um raio, feriu a humanidade
Caiu igual sobre a desigualdade
Rompendo o véu de toda indiferença
Tomou palácios, derrubou o nobre
Revelando que ser rico ou pobre
Não torna imune a tão cruel sentença.
 
Vencendo os gênios da experiência
Tomou de sobressalto a ciência
Confundiu realidade e ficção.
Um novo vírus surge aleatório?
Se foi ensaio de um laboratório
Não existe prova ou explicação. 

- Senhor meu Pai. dizei-me agora
Que faz a humanidade nesta hora
Incapaz de vencer tão besta fera
É pior do que as armas nucleares
Se espalha pelo ar, por chão e mares,
Desarmando o poder de toda a Terra. 

Eis que uma voz desce do céu e exprime:
- Filho, Deus não castiga o ser  sublime
O mais perfeito da Sua criação.
Presenteei um paraíso lindo
Um céu estrelado de um azul infindo
Ondas beijando o mar na amplidão.

A natureza a despertar em festa 
Cantando as aves por toda floresta
Galhos verdejantes  a tocarem o céu
Flores - mil cores, de beleza intensa
Plasmei a marca da minha presença
No coração de cada filho meu.

Fiz um celeiro. Flores e fragrância,
Frutas, legumes, grãos em abundância
Pra dividir igual entre os irmãos.
O mais fortes usurpam as riquezas
Roubam a terra, tiram o pão das mesas
Escravizam crianças e até nações.

Detém o mundo, e dos palacetes
Deleitam vinhos em ricos banquetes
Enquanto a massa morre sem comida
Dorme nas ruas ao frio e sem abrigo
Amarga a fome em meio ao perigo
Vegeta e vive sem viver a vida.

 Fertilizei o ar, o chão, rios e mares.
Plantei florestas, pântanos, pomares...
De vida e cantos enchi o universo
Mas o homem por ganância e egoísmo,
Destrói do macro ao micro organismo
Dos animais tornou-se o mais perverso.

Os fortes criam armas. Fazem a guerra.
Sentem-se donos do céu e da Terra
Cidades inteiras são jogadas ao chão.
Refugiados fogem do mortal perigo
Muitos países a lhes negar abrigo,
Amontoados em "campos de concentração". 

Foi mister que se parasse o mundo
Mostrar ao homem que basta um segundo
Para que o amor retorne aos corações
Confinados, os pais abraçam o filho,
E há tanta alegria, descobertas e brilho
Mesmo à distância avós cantam canções.

Verá o homem que a humanidade
Só ascenderá havendo caridade
Pertence a todos este real jardim
Respeitando a cada diferença
Sem discriminação e sem sentença
Pois todos são iguais perante a Mim.

Olhem em volta por toda a natureza
Vejam que renasceu toda beleza
Que imprimi em toda criação.
 Mais importante ainda, filho meu
O DNA - à minha  semelhança
Retorna a vibração  de uma criança 
A fé e as orações alcançam o céu.

Este alerta mortal parou a Terra
Depôs as armas que fomentam a guerra
Despiu o homem de toda crueldade
Quando este instante já tiver passado 
O mundo vestirá o manto abençoado
De cores mil, por toda a eternidade.
         Rio, 09/04/2020.  Jailda Galvão Aires.

2 comentários:

Valéria Lyra disse...

Só está luz ,que Deus te deu, para nos trazer tudo que possa nos fazer refletir e assim nos tornarmos pessoas melhores. Obrigada...������

Jailda Galvão Aires disse...

Você, prina, uma pessoa sensível e mui amada.