segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SE... (ALBAP)

Quem choraria se eu hoje partisse
Se sumisse ou se eu expirasse,
Com um só bilhete eu viajasse
E de repente sem que ninguém visse
Eu desembarcasse. 

 Se eu, invisível, sob um áureo manto
Ninguém me acharia se me procurasse,
Ninguém me veria se me encontrasse
E num encanto só por desencanto,
Nunca mais voltasse...

Alguém impediria se um cavalo alado
Ou uma nave louca me arrebatasse
E se na liberdade eu me encontrasse
E amasse tanto o céu estrelado
Que por lá ficasse?

Navegando pelo espaço afora
Se lá do alto eu pra terra olhasse
E ninguém do meu rosto se lembrasse
Por mim, nenhuma lágrima rolasse.

Na certeza, jamais eu voltaria.
Na incerteza, nunca partiria.
Talvez nem pensasse.
      Rio, 24/02/2012. Jailda Galvão Aires

Um comentário:

Anônimo disse...

Linda mas triste.